quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

a cura

Ela havia esquecido fazia tempo, se recusava a lembrar. Mas no banho, um dia, foi percebendo com horror que a lembrança daqueles homens habitava ainda seu corpo. O tesão bruto e indiferente deles se impunha vivamente em seu sexo, coxas e ventre enquanto ela via cenas difusas do que havia acontecido.

Ficou um tempo assim, até que de seu corpo e sexo assustados, surgiu um prazer corrosivo, doído. Sentia que merecia apanhar. Fechava os olhos, mas vivia tudo isso com uma serenidade que poucos teriam. As cenas foram se amainando e as figuras dos homens se desfazendo... um prazer de primavera foi finalmente tomando-a lenta e discretamente.

O tempo, debaixo daquela água corrente, passou. Ela agora só sentia seu corpo e o silêncio... sorria sabendo que eles, no fim das contas, não haviam tirado nada dela.

Curou-se.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

tetas

Nunca tendo tido filhos, secretamente invejava aquelas cujos pequeninos chorosamente lhes pediam as tetas várias vezes ao dia. Em sua fantasia igualava a maternidade à chupada sempre disponível.