segunda-feira, 29 de novembro de 2010

sem rosto

Ela, por ser tão doce, queria um homem passivo. Aquilo nada tinha a ver com cus. Tinha a ver com um corpo que se desnudava sem exigir a nudez dela, um pinto que deixava ser tocado, coxas que esperavam ansiosas e relaxadas o próximo toque dela. Ela não conseguia contar esse desejo para ninguém, não por vergonha, mas pelo temor que ela mesma tinha de perceber que esse homem nunca teria um rosto. De tudo em suas taras, isso era o que mais a afligia.

nossa senhora dos pintos

-Eles são esplêndidos, não ligam para nada, tiram a roupa e balançam os pintos por aí!
Ele contava isso à ela para constranger toda aquela castidade demonstrada. Por ser por demais educada ela sentia-se na obrigação de olhar para baixo, silenciar-se. Mas dentro de seu silêncio, desprezava com gosto aquele homem que queria constranger seu sexo, enquanto imaginava-se cuidando com desejo cândido e brincalhão de todos aqueles deliciosos pintos. Atrás da parede de desprezo disfarçada de timidez ela mimava, brincava, e acariciava todos aqueles pintos que, apesar da abundância de pelos enfeitando-os, eram sempre inocentes. Em sua fantasia, aqueles homens nus cujos pintos balançavam, se rendiam sem perceber a partir da brincadeira ao prazer, o caralho entumescia no tempo em que se brotam as flores. E finalmente quando eles esporravam em sua mão, boca, coxas ou sua boceta quente, ela envolvia-os com doçura ao mesmo tempo em que falava só com gestos:
- Pronto, pronto... mamãe está aqui...
Pensava tudo isso com os olhos baixos de santa enquanto fingia constrangiment ao homem que tudo aquilo que lhe contava.

menino

Fazia questão de afrontar a autoridade da mãe mas debaixo de toda aquela ira orgulhosa estava ainda a dependência dos cuidados do banho que ela havia a pouco deixado de ter com seu corpo. Sabendo dessa dependência, dessa vontade de ser alimentado, cuidado e limpo, nenhuma mulher conseguia olhar para aquele menino briguento e doce sem perceber o quanto ele era delicioso.

piadas de mau gosto

Porque as indianas se jogam na pira funerária do marido?
Pra nunca ter que se casar de novo.

Porque os homens apedrejam mulheres árabes?
É o único jeito que sabem de fazê-las gemer.

Porque alguns homens preferem mulheres virgens?
Pra pelo menos terem a ilusão de que sabem alguma coisa.

Porque em algumas tradições se cortam os grelos das mulheres?
Pra economizar o tempo que o futuro marido ia gastar procurando algo que não iria achar de qualquer maneira.

Porque os soldados estupram as mulheres nas guerras?
Porque cansaram de comer um ao outro no exército...ou pra compensar as comidas de bunda que levaram dos superiores.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

(quase) matando o marido

-Fiquei preocupada, você saiu daqui possessa com ele! Achei que poderia ter feito alguma bobagem.
-Mas me acalmei e eu não o matei no fim das contas...
-Eu sei, você é do tipo que não perderia tempo com o cadáver.



[a mulher salamandra só abre a boca pra falar sério]

viuvez

Toda mulher que é verdadeiramente mulher de um homem torna-se, ao passar do tempo, um pranto contido de decepções. Mas quando esse homem finalmente falece, ela vira mulher de si mesma. O segredo das viuvas revela-se: sua castidade nunca é em respeito ao marido morto, mas sim em louvor à própria liberdade.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

contradições

Ele a desejava por ela gostar tanto de trepar e por fazer isso tão bem. Porém, se enojava por saber que ela assim era por ter tido tanta tara e tanto gozo com outros homens. Seu orgulho de macho fazia com que a raiva que ameaçava sentir por seu próprio pau, que intumecia além de seu controle por desejo àquela mulher, se desviasse para atingir em cheio o sexo dela. Com ela se passava algo muito semelhante. Começaram então, cada um a sua maneira, e elaborar formas cada vez mais baixas para destruir o sexo um do outro. Depois de muita dor, temendo o fim, decidiram juntos apagar qualquer rastro de gozo, tesão e êxtase que acontecera fora da paixão que viviam. Sem que os dois percebessem, da cama que partilhavam criou-se um ninho, no qual as trepadas que davam continuavam gostadas e sabidas. Porém nunca mais se viu naquele leito a espontaneidade viva daqueles que jamais tiveram o próprio passado condenado.

sábado, 20 de novembro de 2010

O Segundo Sexo

"As mulheres submetem-se com alegria, quando percebem que o parceiro não as quer submeter" - Sketel, citado por Simone de Beauvoir em O Segundo Sexo.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

69, Moranguinho & Cia


Enterrava-se, chupando-lhe o pau, naquela pentelheira encaracolada e perfumada enquanto sentia comovida a doçura que me subia pela maneira com a qual ele delicadamente beijava-lhe o clítoris. Teve então a recordação mais singela: a cândida alegria que vivia, aos seus cinco anos, brincando com aquelas lindas bonequinhas de cabelos cacheados e cheirosos...

...

A feiúra foi algo que sempre me assombrou...

falta

Que [quanta] falta me faz teu caralho![?]

dúvida

E eu, que sempre gozei pelo grelo, nunca entendi essa vontade quase angustiante que tenho de dar a boceta.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

anatomia

Gozam, mijam e procriam pelo mesmo buraco.

conversa com a neta

-Nunca imaginei que um dia iria ao show da Madonna, grávida... e ainda por cima fumando!
-Você parece orgulhosa.

ombros caidos

Os homens de ombros caídos são quase sempre constrangedores na sua incapacidade quase insultante de esconder o a vergonha imensa que sentem por terem o pau pequeno e com frequencia esporrarem com o mesmo mole. Ainda por cima, numa tentativa deprimente de compensar uma existência tão frustrante tentam, desengonçadamente, ser simpáticos. Contam, para constrangimento geral, piadas das quais ninguém ri.

Um homem assim é um excelente amigo. Com relação ao seu pauzinho, mole e gracioso, dizemos maternalmente: mas que bonitinho!

sexo vivido e sexo potencial

O sexo que ele vive ele conhece, mas o outro apenas os olhos atentos das moças que o desejam captam.

viadagem involuntária

-Rapaz, vou te colocar numa saia justa!
-Tudo bem, estou acostumado.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

tres cocó(xoxó)tinhas e o galinho bissexual

-Então, você eu comeria num beco, assim, na rua, pra todo mundo ver.
A da primeira entrou em choque, usada e exposta!
-Já você, eu não comeria agora não, ia comer pelas beiradas, devagarzinho.
A da segunda sentiu-se passiva e incompreendida.
-Hm...você meu bem, eu queria na minha cama todos os dias, chupando minhas bolas.
A da terceira, humilhada, sentiu-se uma escrava inútil.

Ele sentava-se soberano, com um sorriso absolutamente sacana e quase imperceptível, olhando suas três mais recentes aquisições: a casta agora deflorada, a ativa broxada e a rebelde escravizada. Já elas, continuavam exatamente onde estavam, e por um motivo que desconheciam, pegavam mais e mais gosto por ele.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

sábado, 6 de novembro de 2010

monogamia ortodoxa

- Sua boceta não pode pulsar por nada além de mim.
- E seu caralho não pode pulsar por nada além de mim.








Nem uma punhetinha pode?



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desacato à dignidade

- Com essa pica fina só poderia ser o que é: arrombado!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

embate ( 0 x 0 )

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- Se quer-me de pau duro, então seduza-me!

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- Se quer-me de boceta carnuda, então seduza-me!




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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

a mulher do deserto

Sempre que toda aquela paixão, facilmente esquecida pela dureza de sua alma, irrompia, lágrimas viam-lhe ao rosto. Sentia que sua carne macia, mimosa e doce finalmente ficava exposta, após longo resguardo. A aridez era esquecida e ela pensava por meio de soluços:

-Quanto amor debaixo dos escombros, quanto amor!


[à todas as mulheres do deserto que conheci]