Ao conversarem sobre o início da puberdade, uma delas falou:
-E tinha sempre aquele menino que gostava de você mas como não sabia o que fazer ficava enchendo o saco!
As duas riram juntas. Já a terceira, que só ouvia, não riu.
Ela não se lembrava da parte do gostar, apenas a parte que enchia o saco. As piadas sobre seus seios, os dedos que apontavam para o meio de suas pernas não podiam ser gostar, ela nunca havia entendido isso como tal. Ela, infezlimente estava presa ao fato de saber que o valor que todas elas tinham para eles não ia além do conforto e prazer que poderiam dar com compreensão maternal e boceta. Ressentia-se ao lembrar do menino que sempre a ridicularizava ter derrubado-a no chao quase montando nela ao ve-la de biquini. E daquele que parou de tratá-la mal assim que viu suas curvas por baixo de um vestido justo. Mas o que mais a magoava era não ter como suas amigas a alegria da cegueira que permite às mulheres ver nas constantes tentativas de humilhação masculinas o popular gostar 'bobo' e 'imaturo' dos homens e meninos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário